Plano de Internacionalização de Ciência e Tecnologia dos Açores vai atrair financiamento externo para a Região, afirma Gui Menezes

16 de Abril de 2018

“O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia destacou hoje, na Lagoa, a criação de um Plano de Internacionalização de Ciência e Tecnologia dos Açores com o objetivo de “captar financiamento externo para a Região, permitindo reforçar o eixo económico baseado em investigação, desenvolvimento e inovação”.

Gui Menezes salientou que este plano pretende ainda “melhorar a taxa de sucesso da participação de entidades regionais em programas de financiamento europeus e internacionais, bem como promover a capacidade instalada na Região no que concerne às competências dos investigadores que integram o Sistema Científico e Tecnológico dos Açores”.

O Secretário Regional falava na sessão de abertura do simpósio internacional ‘Lessons from two high CO2 worlds – future oceans and intensive aquaculture’, que reúne durante três dias mais de quatro dezenas de cientistas de 15 países das áreas das alterações climáticas e da aquacultura para discutir prioridades de investigação e estratégias de mitigação dos impactos negativos do CO2 nos ecossistemas marinhos.

Durante a sua intervenção, Gui Menezes defendeu que o Plano de Internacionalização da Ciência e Tecnologia promovido pelo Governo açoriano irá permitir “uma participação cada vez mais efetiva das entidades regionais nos diversos programas de financiamento europeus, nomeadamente o Horizonte 2020, o Espaço Atlântico e o INTERREG Europe, entre outros.

O Secretário Regional salientou a importância da integração de investigadores em consórcios internacionais, através do mecanismo de financiamento europeu ERA-NET, acrescentando que, neste âmbito, estão atualmente em curso três projetos de investigação cuja participação das equipas científicas regionais é assegurada pelo Executivo, através do Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia.

“Até ao final deste ano contamos apoiar mais equipas regionais de diferentes áreas científicas, no âmbito da rede financeira ERA-NET, num investimento global de 400 mil euros”, afirmou o Secretário Regional.

O governante destacou ainda a “vocação transatlântica dos Açores e a sua localização geográfica” enquanto “fatores de atração” para a implementação de projetos ligados ao estudo das alterações climáticas e dos oceanos.

Relativamente à acidificação dos oceanos, o Secretário Regional referiu que, com base em vários estudos, prevê-se que, em 2100, 75% dos corais de águas frias estarão expostos a águas com valores de Ph mais baixo, o que implica uma diminuição das suas funções metabólicas e fisiológicas, pondo em causa a sua sobrevivência e das espécies que deles dependem.

Neste sentido, destacou a investigação que está a ser realizada pela Universidade dos Açores e pelo IMAR, no CoralLab, sediado na Horta, sobre os impactos do processo de acidificação do mar profundo em diferentes grupos funcionais de organismos marinhos, com destaque para os corais de águas frias, que são expostos a ambientes com um nível de pH previsto para o ano de 2100.

“Estes dados também são importantes para prever os impactos das alterações climáticas nos ecossistemas marinhos e, consequentemente, na definição de medidas que mitiguem essas alterações”, nomeadamente a redução de emissões resultantes do uso de combustíveis fósseis e a utilização de energias eficientes e renováveis, salientou o titular da pasta do Mar.

Gui Menezes frisou ainda que os Açores são considerados um ‘hotspot’ a nível global em termos de diversidade dos corais de água fria, que vivem no fundo do mar, a uma profundidade entre os 25 e os 3.000 metros.

Este simpósio internacional, que decorre no NONAGON – Parque de Ciência e Tecnologia de S. Miguel até quinta-feira, é uma organização da Sociedade Experimental de Biologia, da Universidade de Exeter, de Inglaterra, em parceria com o Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia.

GaCS/GM”