Projeto europeu ‘SMARTDEST’ terá componente prática na Terceira para desenvolver soluções tecnológicas ligadas ao turismo

12 de Setembro de 2018

O Diretor Regional da Ciência e Tecnologia defendeu hoje, na Praia da Vitória, que o “processo de transformação” do destino Açores tem de passar pela “implementação de tecnologias inovadoras, desenvolvidas por empresas cientificamente assessoradas por investigadores do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores”.

Bruno Pacheco falava na abertura de um workshop, com mais de três dezenas de participantes, sobre o projeto ‘SMARTDEST’, cofinanciado pelo Programa INTERREG MAC 2014-2020, do qual o Governo dos Açores, através do Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia, é parceiro, e que visa promover a cooperação entre as regiões da Macaronésia, para “transformar as ilhas dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde em ‘destinos turísticos inteligentes’”.

O Diretor Regional referiu que o conceito de ‘Destino Turístico Inteligente’ surgiu em 2012, na Catalunha, e está “fortemente ligado às abordagens previstas no conceito de ‘Smart Cities’, embora pretenda ir mais além, baseando-se nas novas tecnologias de informação e no desenvolvimento turístico sustentável”.

Segundo Bruno Pacheco, esta abordagem assenta no estabelecimento de parcerias público-privadas, com destaque para parcerias entre universidades e empresas, na valorização do capital humano e do conhecimento e na comunicação horizontal no sentido de “facilitar o entendimento de toda a população sobre o movimento de transformação que será realizado pelas entidades responsáveis”.

“Espera-se que o ‘SMARTDEST’ permita a disponibilização de um diagnóstico da maturidade tecnológica de todo o arquipélago, bem como uma proposta de plano com a identificação de ações que permitam converter os Açores num ‘destino turístico inteligente’”, afirmou o Diretor Regional.

Durante a sua intervenção, Bruno Pacheco apontou este projeto como “um bom exemplo da aproximação do tecido empresarial ao Sistema Científico e Tecnológico dos Açores”, salientando que permite “a transferência tecnológica com benefícios claros para a Região”, nomeadamente na área do turismo, mas podendo ser alargado a outros setores.

O Diretor Regional afirmou que este projeto deverá contribuir para tornar o arquipélago num “destino turístico inovador, acessível, integrado e competitivo, que garanta o desenvolvimento sustentável do território e que facilite a interação e integração dos visitantes com o destino e os residentes, enriquecendo a experiência turística e a qualidade de vida dos locais”.

“Trata-se de dotar o arquipélago de mecanismos, meios e políticas necessárias para que os agentes envolvidos no turismo possam ser capazes de obter dados, em tempo real, analisá-los e tomar as decisões corretas que permitam à Região ser mais eficiente na gestão integral do destino”, disse.

O objetivo é ampliar a oferta e a promoção dos bens culturais, históricos e ambientais, “facilitando a interação do turista com o ambiente e com o residente, melhorando a sua experiência e avaliação do destino”.

O Diretor Regional salientou ainda que o ‘SMARTDEST’ tem uma “componente prática” na Praia da Vitória, para promover a cooperação público-privada que vise o desenvolvimento de soluções tecnológicas, contribuindo também para o fomento do empreendedorismo e da inovação, a par de uma componente técnico-científica do projeto, que será suportada por uma equipa de especialistas das regiões envolvidas.

No caso dos Açores, o Fundo Regional para a Ciência e Tecnologia coordena esta ação, envolvendo os principais agentes do Sistema Científico e Tecnológico dos Açores, incluindo empresas e especialistas nesta área.

O ‘SMARTDEST’, que arrancou em 2017 e tem uma duração de três anos, possui um orçamento global de 1,8 milhões de euros e é composto por mais de duas dezenas de parceiros da Macaronésia.

GaCS/GM