Novo concurso para bolsas de pós-doutoramento em contexto empresarial abre em setembro, avança Gui Menezes

26 de Julho de 2018

“O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia anunciou hoje, em Ponta Delgada, a abertura de um concurso, no início de setembro, para seis bolsas de pós-doutoramento em contexto empresarial, num investimento de 400 mil euros.

Gui Menezes adianta que as bolsas, para 3 anos, têm um valor de 22.600 por ano, por bolseiro, sendo que se destinam, preferencialmente, a doutorados que tenham obtido o grau de doutor há menos de cinco anos.

O Secretário Regional, que falava no âmbito de uma visita ao projeto “Funcionalização de Fibras Naturais para Aplicações Avançadas”, de um bolseiro de doutoramento da Universidade nos Açores, sublinhou que este concurso é “uma forma de reforçar a interligação entre o sistema científico regional e as empresas”.

Segundo o titular das pastas da Ciência e Tecnologia, “a inclusão de pós-doutorados em empresas pode reforçar a sua capacidade, introduzindo inovação”, frisando que “as empresas têm de ser inovadoras para conseguirem estar no mercado e estar mais preparadas para a concorrência”.

“A economia tem de ser baseada no conhecimento”, defendeu.

O concurso para bolsas de pós-doutoramento insere-se na iniciativa Transfer+, lançada este ano pelo Governo dos Açores, com um investimento previsto de 8,3 milhões de euros até 2020, e que visa uma maior interligação entre a produção científica e a inovação dos centros de investigação com as empresas e com a economia.

Segundo Gui Menezes, esta iniciativa prevê “medidas de apoio à proteção intelectual, como o projeto apresentado hoje necessita, por ser um produto inovador”.

“Estamos a reforçar aquilo que é a inovação das nossas empresas para que façam cada vez mais investigação interna e utilizem os centros de investigação para as auxiliarem nos seus produtos”, defendeu o Secretário Regional.

Relativamente ao projeto “Funcionalização de Fibras Naturais para Aplicações Avançadas”, desenvolvido pelo investigador Telmo Euleutério, da Universidade dos Açores, Gui Menezes afirma que “é muito interessante, com inúmeras valências, e que liga muito bem a investigação que é feita nos centros de investigação com a economia, neste caso, com as empresas”.

Este projeto consiste na exploração das fibras naturais oriundas de plantas existentes nos Açores, nomeadamente da conteira (ou roca de velha), e na sua aplicação em áreas que vão desde a saúde à construção civil.

“A possível utilização das fibras retiradas da conteira tem grande potencial para vários tipos de aplicações e pode resolver um problema que temos nos Açores, na medida em que esta planta é uma infestante e é um problema ambiental”, sublinha o Secretário Regional, acrescentando que “pode contribuir também para a substituição da utilização dos plásticos, que reconhecemos que é um problema grande que temos hoje em dia”.

Gui Menezes afirma ainda que este projeto “entra na lógica europeia da economia circular”, enaltecendo o “belíssimo trabalho feito pelos investigadores da Universidade dos Açores, e que reúne muitas características que o Governo Regional tenta motivar e potenciar na Região”.

Segundo vários estudos, as fibras da conteira podem substituir-se ao aço, à madeira e ao plástico, apresentando, por isso, um enorme potencial de redução do consumo de materiais não-renováveis e agressivos para o ambiente e de elevado consumo energético.

O projeto “Funcionalização de Fibras Naturais para Aplicações Avançadas” tem a parceria das empresas Fibrenamics e 1001 Serviços e da Associação Agrícola de São Miguel.

Este projeto já potenciou o surgimento de três novos projetos de investigação candidatos a diferentes mecanismos de apoio financeiros, nomeadamente às linhas de financiamento 1.1 e 1.2 do PO Açores 2020, bem como ao consórcio europeu ‘M-ERA’ que funciona na tipologia ERA-NET.

GaCS/GM”