Fundo Regional da Ciência e Tecnologia
Subscreva a nossa newsletter
Esta é uma presença online oficial do Governo dos Açores
Objectivos
Nas zonas vitivinícolas dos Açores, a conjugação do sistema de cultivo com um património genético constituído pelas castas singulares tradicionais Açorianas como o Verdelho, o Arinto dos Açores e o Terrantêz do Pico, fazem com que a tipicidade da paisagem e os produtos vinícolas sejam uma mais-valia com relevo acrescido numa economia em que o enoturismo se assume como um vetor cada vez mais relevante.
A vinha, por ser uma cultura perene propagada vegetativamente, favorece a acumulação de múltiplas infeções por agentes patogénicos sistémicos (vírus e fitoplasmas), transmissíveis por vetores (insetos e nematodes) de plantas infetadas para plantas saudáveis, o que apresenta um impacto económico significativo por causarem um decréscimo em parâmetros qualitativos e quantitativos dos produtos vitícolas.
Atualmente são conhecidos pelo menos 65 vírus responsáveis pelas doenças com maior impacto na viticultura, tais como o complexo da degenerescência da videira (e.g. GFLV e ArMV), a doença do enrolamento da videira (GLRaVs), a doença do marmoreado (GFkV) e do complexo do lenho rugoso da videira (e.g. GVA e GVB).
As estratégias de controlo dos vírus são essencialmente de caracter preventivo através da implementação de medidas de seleção sanitária e programas de certificação, que limitam a presença e disseminação de vírus no material de propagação, de acordo com a Diretiva 2005/43/CE da Comissão de 23 de junho, da União Europeia, a qual é regulada a nível Nacional pelo DL 194/2006 de 27 de setembro.
Nos últimos anos surgiu uma nova dinâmica na viticultura Regional, sobretudo na ilha do Pico, estimulada por programas de ajudas ao investimento; programas de ajudas ao rendimento; criação de Zonas Demarcadas; criação da Comissão Vitivinícola Regional dos Açores e um programa de recuperação das três castas tradicionais. Contudo, este ímpeto de reestruturação das vinhas com base nas castas tradicionais está seriamente comprometido, devido ao atual estado de degradação sanitária das castas, pela utilização de material de propagação em paupérrimo estado sanitário devido a infeções virais, comprometendo-se, deste modo, a produtividade e qualidade da produção, induzindo os viticultores a recorrem a outras castas em melhor estado sanitário em detrimento das locais, uma vez que não está disponível nomercado plantio livre de vírus para as castas Arinto dos Açores e Terrantêz do Pico, e a disponibilidade para a casta Verdelho é escassa e dependente do mercado externo.
Este projeto tentará responder a uma necessidade emergente de produzir um produto de elevado valor acrescentado (plantio de videiras isentas de vírus), a médio prazo, com competências científicas, tecnológicas e empresariais, indispensável para controlar doenças virais, evitar perdas na produção agrícola, de forma a evitar a importação de novas cultivares de outros países/regiões e preservar o germoplasma tradicional. Conduzindo a benefícios diretos e indiretos na economia regional de forma a permitir a valorização da produção e qualidade e o desenvolvimento sustentável dos produtos vinícolas a longo prazo. A erradicação de vírus através da cultura in vitro de plantas é a estratégia mais económica e profilática para uma produção económica de plantas de qualidade. Desta forma, recorrer-se-á a uma abordagem multidisciplinar (anexo 1) para produzir pés-mães das castas tradicionais em bom estado fitossanitário, tendo como objetivos: