Desenvolvimento de ferramentas para a biomonitorização da qualidade do ar: ao encontro da sustentabilidade do ambiente natural Açoriano.

Objectivo

“O uso de líquenes e plantas como bioindicadores para a biomonitorização da qualidade do ar é uma abordagem classicamente bem-sucedida. Neste projeto será estudada e comparada a resposta destes organismos, de diferente complexidade biológica, às emissões de fontes de poluição antropogénica (aeroporto, central termoelétrica e central de valorização energética de resíduos) e vulcanogénica (central geotérmica, manifestações secundárias do vulcão das Furnas) do ar, por contraste com um local de controlo. A observação de alterações ao nível molecular, celular ou do organismo servirá de base para o desenvolvimento de biomarcadores de exposição e de efeito que venham a constituir novas ferramentas de biomonitorização da qualidade do ar.

Para tal, após uma monitorização prévia da concentração de poluentes do ar, uma série de parâmetros de genotoxicidade, citotoxicidade e alterações de estrutura/função serão analisados, quer em líquenes, quer em clones de Tradescantia, mediante exposição durante 1, 4, 8, 12 e 16 semanas a estas fontes emissoras. Numa última fase, será estudada a associação entre a variação dos parâmetros descritos nas espécies bioindicadoras e a observação de efeitos genotóxicos e citotóxicos em indivíduos prolongadamente expostos aos mesmos ambientes, com o intuito de selecionar os biomarcadores mais adequados para não só traduzir o estado de contaminação ambiental como também para prever riscos para a saúde humana. A originalidade desta proposta sobressai na conjugação dos dados recolhidos nas três componentes (monitorização de poluentes do ar, biomonitorização vegetal e biomonitorização humana) para poluição do ar de origem distinta (antrópica e vulcânica) e a sua utilidade final na constituição de um conjunto uniformizado de ferramentas fiáveis, de custo reduzido e de fácil implementação em programas de biomonitorização da qualidade do ar, a efetuar daí em diante.”